17 de abril de 2012
“É triste a sensação de achar que o mundo não consegue te ler com cuidado, sem entender as entrelinhas dos teus olhos. Você tenta se desfazer dos pesos, das memórias que não mais lhe causam conforto, apenas desespero, mas se mantém paralisada, congelada em seu abismo de gritos não produzidos, silenciados pelo medo de não ser entendida. É tanto sol, meu Deus, é tanto sol, que não compreendo em qual lugar serei somente escuridão, sem necessitar aceitar as nuances das palavras, dos sentimentos e até mesmo dos olhares. Eu só queria encontrar um refúgio para essa oscilação do meu próprio eu, ter a paz, a tranquilidade do vento para cavar em mim túneis que me levariam por mundos ainda desconhecidos, talvez atrás das minhas pálpebras ou escondidos entre palavras de amor bordadas em meu tecido de pele. Eu não sei, meu bom Deus, o que será de mim em tais jornadas, nessas escavações que buscam novas rotas comerciais para o amor; tampouco tenho certeza sobre o futuro dos meus olhos, das minhas receosas pernas que não encontram a trilha exata. O que somente restou em meu diário foram páginas envelhecidas com sonhos rabiscados.”
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