24 de junho de 2010

Conto Baseado em Sonho

E pra aquela menina já não havia mais sentido nas palavras.
Como ausência significaria a falta que alguém faz, se essa pessoa mesmo longe ainda estava no coração dela?
Ou o que seria estar perto, se mesmo ao lado dela, ele permanecia tão longe?
Ou quem sabe o que sentia pela vida, se as mesmas palavras já não mais explicavam isso?
Aquela pequena menina hoje em dia tornava-se uma grande menina, deixava de lado as pedras que riscava a rua pra pegar nas canetas que tingiam os papéis.
Os números que antes enfeitavam suas amarelinhas hoje estavam em sua carteira.
Os algodões que antes ela só conhecia como algo doce hoje era usado pra tirar suas maquiagens.
A vontade de ir morar fora de casa ficava cada vez mais perto, já não havia razão pra estar numa casa onde não tivesse nada a ver com a família, com exceção de sua mãe, que mesmo depois de velha ainda lhe passava a imagem de bondade, de amor, de carinho.
As coisas que lhe eram ditas já não tinha mais importância, as frases se tornaram apenas um amontoado de letras que se embaralhavam sem razão.
Como poderiam amar um ao outro se sempre estavam brigando, ou como poderiam brigar pra depois sorrir?
Como alguém poderia chorar rindo, ou poderia chorar de alegria?
Porque só se fazia poesia quando tristeza batia a porta?
Qual é o sentido das coisas?
Porque choramos?
Porque rimos?
Aquela menina tinha vontade de descobrir o sentido das coisas, descobrir a verdade por trás de tudo, ela sempre quis saber demais e nunca se preocupou em viver essa vida.
Ela passava dias e dias na cama pensando em tudo que sonhava em fazer, ela passava noites e noites fazendo tudo o que sonhava.
Onde era realidade?
Onde era sonho?
Não sei, mas gostaria de saber, aquela menina vivia um sonho, aquela menina sonhava uma vida.
                                                                                                                 
Luís Fernando Simões-Pipoca



 Nem toda palavra é, aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra se parece com tijolo ou com pedra de giz
Avião parece passarinho, Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe ,Parece borboleta que fugiu de casa
Borboleta parece flor ,Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente Pois somos semente do que ainda virá
A gente parece formiga, Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia, Parece descanso pra minha oração
A nuvem parece fumaça, Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce.. Mas as vezes né doce não

Sonho parece verdade, Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade, Quando a gente acorda e esquece de levantar
Hum... E o mundo é perfeito...Hum... E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareço meu pai , Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa, Sei que incerteza traz inspiração
Tem beijo que parece mordida, Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga ,Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem riso que parece choro, Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite, E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo, Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio, Mas o Coração diz que é o mais Bonito
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas, É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade, Quando a gente esquece de acordar
O dia parece metade, Quando a gente acorda e esquece de levantar
Mas sonho parece verdade, Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade ,Quando a gente acorda e esquece de levantar
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito...
O Teatro Mágico.

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